O A estava sentada em um grande degrau de concreto com vista para o mar, de forma com que seus pés quase alcançassem a areia. Seu olhar era tão vago quanto perdido, mesmo que desse pra notar que ainda havia alguma coisa lá dentro.
B veio apressado. Pulou e ficou parada na frente de A. Estava na areia. Botou as mãos nas coxas de A. A se assustou, mas logo reconheceu quem era. B abraçou devagar mas forte e sussurrou com uma voz rouca e suave:
- Por que fugistes de mim?
A respondeu: - Por que tenho medo que o agora e o amanhã se juntem pra acabar com o ontem. Faz sentido?
B se sentia protegido naquele abraço:
- Faz todo o sentido do mundo. Mas o que tu não viver no agora vai deixar teu amanhã arrependido. Certo?
- Certo. Mas nunca fiz as escolhas certas na minha vida.
- Podia começar por mim!
A foi obrigada a sorrir, e resolveu, enfim, corresponder ao abraço.
- Mas o ontem não é imortal, B. Não pra mim.
- Só acho que se tiver medo do hoje, quando você estiver velho vai se achar burra. E pensar "de que me adianta o ontem se outros ontens não foram aproveitados?". Você vai lembrar de mim e vai chorar.
- Idiota!
- Tô sendo sincera.
sábado, 11 de dezembro de 2010
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