terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Como entender?



ok. Na boa, pule esse post.

Vou confessar uma coisa pra vocês. Meio que tenho que contar pra alguém.
14/12/10 - Terça-Feira.
Dia muito legal. Foi o amigo secreto do Teatro e todos estavam muito bem (inclusive eu).
Vamos explicar uma coisa: Quando eu era pequena (uns 6/7 anos, acho) eu vi um E-mail que falava de uma tal de aranha-marrom, que mora nas roupas e armários e quando pica causa uma ferida horrivel e difícil cicatrização. Desde então nunca mais fui a mesma... Digamos assim. Aquilo me marcou e eu fico com medo sempre que vou dormir em um lugar que não seja minha cama.
Então... Nesse dia, quando fui dormir, eu não fui dormir em casa, estava na casa do meu pai, e seus cobertores não são usados com frequencia. Quando deitei senti uma pinicada que me fez pular. Eu fiquei neurótica e passar mal. Levantei pra ter certeza de que não estava morrendo. Resolvi a caminhar pra ver que eu estava viva. Comecei a tremer e achar que tava com febre e que só estava pirando. Daí falei pro meu pai, ele botou a mão na minha cabeça e disse que eu tava viajando, mas que tava frio mesmo. Mandou eu voltar pra cama e dormir. Eu tava dormente e esquisita e fui dormir mesmo assim. No dia seguinte a mesma coisa. Quinta-feira fiquei em pânico e achei que ia morrer. Como falei no ultimo post grande que fiz, eu tenho dificuldade em chorar. -ABRE PARENTESES PRA EXPLICAR- Bem, eu esqueci/ignorei por muito tempo que chorar é uma reação do corpo, assim como rir. E me privei desta reação por pensamentos como "Não chore por isto. Não seja fraca. Este motivo não vale a pena, tem gente passando por coisas muito piores" e só agora vejo que pensar assim é o mesmo que dizer pra si mesmo "Não ria por isso, existe piadas muito mais engraçadas!" Mas todas as vezes que não chorei se acumularam. Todas as coisas que eu não disse se acumularam. -FECHA PARENTESES DE EXPLICAÇÃO- Mas eu queria realmente chorar, daí tentei... Mas o pensamento filho da puta não deixou e dai eu resolvi caminhar novamente. Botei os tênis, liguei a luz da sala e andei (2 da madrugada) da sala pra cozinha e vice-versa. Fiquei nessas uns 5 minutos e deitei no sofá. Dormi. Minha mãe me acordou algumas horas depois, dai fui dormir no quarto. Sexta-feira não senti nada. Sábado de novo e AÍ EU JA TAVA APAVORADA COM A IDEIA de ter alguma doença lokincuravél. Domingo eu comecei a ter os sintomas (dormencia na mão, dor de cabeça, pescoço tenso, dormencia repentina e passageira no corpo todo) bem mais cedo do que o de "costume" e liguei pra minha mãe me buscar (eu tava no pai). Era umas 20h. Quando fui pra casa, tomei banho, sentei na mesa e falei pra mãe, ela disse que tinha que ver isso, por quê mãos não adormecem do nada. Bem, eu disse "tá". Daí fomos ver Resident Evil e eu fiquei muito mal, tipo "vou desmaiar" e a mãe resolveu me levar no hospital. Fomos meia-noite. Cheguei lá, disse o que tinha, esperei. E eu tava mal mesmo. Dai chamaram para o que a minha mãe chamou de "triagem". Sentei, mediram minha pressão e batimentos cardíacos. Totalmente normais. Voltei à sala de espera onde fiquei por uma hora, no máximo (meia-noite é o melhor horário pra se passar mal) e fui chamada. Cheguei na sala da médica. Olhar baixo, não olhava pra nós. Parecia estar com muito sono e mal humor.
A primeira coisa que ela me perguntou foi se eu tinha brigado com alguém. Eu disse que não (eu só respondo as perguntas que me fizerem). Então ela perguntou umas 5 vezes se eu tava dormindo e terminou dizendo que geralmente o braço fica dormente quando dormimos em cima dele ( sééério?). Eu disse que eu tava acordada. Minha mãe falou do vegetarianismo e ela disse "pode ser falta de vitamina B. Vamos por ela no soro e fazer um hemograma.".
Me mandaram esperar numa sala muito tensa. Escura com algumas cadeiras pretas. Além de nós e as cadeiras só havia : ganchos, um compartimento gigante de O2 e um quadrinho mútioloco e assustador dizendo "SILÊNCIO VOCÊ ESTÁ NO HOSPITAL" e uma mulher deitada e um ser corcunda e pálido (foi como eu vi o negócio) o examinando. Me chamaram na outra sala e me puseram no soro. Nunca tinha tomado soro. Meu braço ficou completamente paralisado.
Na minha frente tinha uma mulher que também estava no soro. Ela estava muito forever alone e triste. A julgar pela cara e pelas manchas nas mãos, acho que ela tem uns 50 anos. O nome dela era Márcia Fernanda. Bem, soro tomado. Sangue testado... NADA. Meu sangue estava normal, sem anemia. Voltei pra casa as 4 da manhã e nenhum progresso feito.
No dia seguinte (segunda) meu pai ja estava "por dentro", me deu folga. Nesse dia eu tava bem cansada. Mas na hora de dormir eu conversei com a minha velha e gorda irmã, e eu meio que "rejuvenesci" mentalmente digamos assim (?). É que quando tu acha que ta doente tu fica mal, se tu acha que sabe o que tu tem dai tu fica melhor. E chegamos a conclusão de que é uma crise de stress
- Mas Fernanda, porquê?
Bem, eu não sei o por que. Quando me dá essas coisas, eu começo a ficar muito tensa. Tipo "AH NÃO, TA VOLTANDO" e isso deixa meus músculos muito tensos, e dói meu pescoço e maxilar.
Eu vou superar, é claro. Só não sabia que crises de stress podiam fazer tanto estrago. E hoje eu tô ansiosa, vai saber porquê, mas tô. E é horrível.
Fim, argh

obs: leia até aqui, Van u_u